sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Uma irresponsabilidade que poderia ter motivado uma tragédia

     
Na Roma antiga, ainda no período imperial, era comum a prática do "pão e circo" para controlar as massas. Esse tipo de atitude perpassa toda a história e ainda hoje tem a sua eficácia para controlar as massas.


Uma outra forma que sempre se mostra eficaz é o controle através do grito, manda mais quem grita mais alto. Já diz um pensamento popular que "por falta de um grito, se perde uma boiada". Mas engana-se quem pensa que essa prática alcance os seus objetivos apenas entre os animais, pois muitas pessoas se deixam amedrontar e controlar pelos gritos de comando de um pseudo líder, fato comum do "coronelismo", prática bem conhecida do povo nordestino.

Pois bem, o sr. Osmar Baquit, deputado estadual e presidente do Fortaleza Esporte Clube, é mais conhecido pela alcunha de "trovão". Em uma de suas crônicas a jornalista Adísia Sá faz uma crítica a esse comportamento, pois, segundo ela, o povo não é gado para precisar seguir os gritos de uma voz de comando. Bem, se o povo não é gado, às vezes, tenho as minhas dúvidas, mas que a torcida do Fortaleza tem aprovado o comportamento intempestivo e impensado do seu presidente, isso é notório.

Ontem, no estádio Presidente Vargas, por ocasião da realização de uma partida válida pelo Cearense 2012, o presidente do Fortaleza, o voz de trovão, resolveu invadir o campo de jogo para gritar com o árbitro da partida, por julgar que a sua equipe estava sendo prejudicada.

Além dos problemas legais, diante do regulamento da competição que essa atitude implica, temos um outro, talvez até mais grave. Os ânimos dos torcedores estão acirrados, e qualquer faísca pode fazer eclodir uma revolta generalizada, e vale lembrar que a invasão de campo, no PV, é algo sem nenhum obstáculo, a não ser o bom senso de cada cidadão. Mas se aquele que deveria ser o líder sensato de uma torcida, o presidente do clube, age sem pensar, o que esperar da sua torcida, uma massa inflamada?

Está mais do que na hora de todos nós lembrarmos que o futebol, apesar de toda a paixão envolvida, é apenas uma atividade esportiva que serve de profissão para alguns, lazer para outros e educação para a juventude.

Paulo Elienay


Nenhum comentário:

Postar um comentário